Origem do Coaching
A palavra inglesa coach tem a sua origem entre os séculos XV e XVI, na cidade húngara de Kocs, onde sugiram os primeiros coches que viajavam entre Viena e Budapeste. Estas carruagens tornaram-se as mais cobiçadas da época pelo seu conforto. Assim, as carruagens eram chamadas de kocsi szeker. Os nativos desta cidade também são chamados de kocsi. Conhecidas na altura então como as carruagens de Kocs, o seu nome foi então se transformando à medida que passava fronteiras e era pronunciado em línguas diferentes. No entanto, a sua função manteve-se: transportar pessoas de um lugar para outro. Se quisermos fazer um paralelismo com a actual função do coach, ele também transporta as pessoas “de um sítio para o outro, do seu estado presente para um estado futuro, de um nível de consciência para outro”.
Em Inglaterra, a partir de finais do século XVIII, as corridas a cavalo com coches, conduzidas pelos coachmen, transformou-se num desporto de elite o qual se denominava de coaching.
Mais tarde, no decorrer do século XIX, na mesma Inglaterra, os universitários ingleses adoptaram a palavra coach como uma gíria para tutor de uma pessoa. Estes tinham um forte interesse pessoal no progresso dos seus estudantes. Desta forma, os universitários sentiam-se conduzidos através do curso e dos exames com se fossem guiados pela “carruagem do professor”.
Para muitos autores, a palavra coach tem origem mais recente no mundo do desporto. Neste sentido, serve para designar o papel de treinador, preparador ou técnico desportivo tal como hoje o conhecemos.
O grande marco inicial da utilização do termo foi em 1974 com o livro “The Inner Game of Tennis” onde o seu autor Timothy Gallwey, técnico de ténis, descobriu que o maior inimigo do jogador não era o seu adversário, mas sim ele mesmo. Era preciso trabalhar novas habilidades e também competências emocionais. Desde então, o termo coach conhecido da língua inglesa como uma carruagem, algo que transporta alguém de um lugar para o outro está a ser utilizado para designar o papel que se exerce ao levar alguém do seu estado actual ao estado desejado.
Outra influência relevante no coaching desportivo foi John Withmore, que nos diz que “o coaching consiste em liberar o potencial de uma pessoa para incrementar ao máximo o seu desempenho. Consiste em ajudar-lhe a aprender em vez de lhe ensinar”. Segundo o mesmo autor os “coachees são como bolotas, têm dentro de si o potencial necessário para se tornarem em magníficos carvalhos; o nosso trabalho como coach, é incitar o seu desenvolvimento”.
Origem do Coaching enquanto Metodologia
O coaching não é um fenómeno recente nem um processo pedagógico (de ensinar pessoas a pensar e a reflectir em busca do mais profundo conhecimento de si mesmo) fruto da modernidade.
Sócrates foi o seu criador.
Na antiga Grécia (470-399 AC) o filósofo grego Sócrates costumava reunir todos os dias os seus discípulos na Ágora (antigo mercado de Atenas) para discutir assuntos existenciais e filosóficos. Sócrates nunca escreveu uma só linha. Após a sua morte, os seus pensamentos foram reunidos por Platão (429-347 AC) um dos seus famosos discípulos. O método socrático consistia em propor temas, instigar ideias com perguntas, ouvir o que os discípulos tinham a dizer, ensinar e, acima de tudo, aprender. O grande objectivo era desenvolver as pessoas, abrir as suas mentes e buscar as suas aprendizagens dentro delas mesmas. Sócrates afirmava que não se podia ensinar nada a ninguém visto que a pessoa já tem todo o conhecimento (potencial) dentro de si. Através da formulação de perguntas, fazia as pessoas reflectirem e tirarem as suas próprias conclusões, chegando por elas próprias à sua verdade.
A influência de Sócrates na filosofia foi enorme. Após 2500 anos, o seu método, a Maiêutica Socrática, está a transformar-se numa das mais importantes ferramentas de desenvolvimento pessoal e profissional da actualidade, mas ganhou um rótulo diferente: COACHING.